Eu me dou os parabéns!


Eu gosto de aniversários, sempre gostei, mas tem uma coisa da sociedade falar que você não pode gostar do seu aniversário. Não é cool. Não é humilde. Não precisa.
Você não pode se comemorar. Não deve comemorar sua existência. Mas veja, se eu não me comemorar, quem há de comemorar por mim?
Sou eu aquela que brincou sozinha, que foi mais amiga dos outros do que os outros foram meus amigos, que chorou todo santo dia depois da escola, que teve colo de mãe, de pai, que teve que se descobrir, se inventar, se cuidar. Eu que aprendi de tudo um pouco, estudei até o cérebro doer, me cobrei, me doí, me machuquei, me conheci, me cuidei.
Oras, sou eu quem cobri os outros mesmo nunca sendo coberta, que perdi um anjo, que descobri com quem convivia, que comecei a amar as pessoas certas. Fui eu quem cuidei, cuidei, cuidei e que odiava ser cuidada, mas precisei. E gostei.
Fui eu quem conheci de perto os meus piores demônios e o dos outros também, que viu de perto a depressão, que descobriu o poder feminino, que ajudou desconhecidos, que chorou por tantas vezes por tudo e nada.
Fui eu quem me odiei com todas as forças e me amei com a mesma intensidade. Minto. Fui quem me odiei tanto que hoje me amo além do ódio que senti.
Sou eu todos os dias que me cobro, me frusto, me obrigo, me desgasto, me canso e me acabo. Mas também sou eu que sei que gosto do feijão por cima do arroz, que odeio coisa amarga, que amo me exercitar, que gosto do meu rosto e do meu corpo, que sei cada detalhe de mim.
Sou eu quem me conheço todos os dias a cada dia mais de uma forma que ninguém jamais saberá.
Sou eu quem conheço a minha história e sei que eu sou foda pra caralho e que dane-se esse negócio de humildade porque, honestamente, eu estou muito de parabéns mesmo.

E ah feliz aniversário pra mim. Parabéns pelos meus 19 anos.
Com amor,
Querida Asquini.

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