Sinta saudades das suas aulas de História

História sempre foi minha disciplina favorita enquanto estava na escola. Adorava debater, discutir, gritar e questionar. Poderia estudar o dia inteiro e não me cansava.
Todas as minhas aulas colocavam alguma pulga atrás da orelha e ao mesmo tempo eram muito esclarecedoras - mesmo quando eu tirava cochilos na aula, a voz do meu professor entrava nos meus ouvidos e me fazia sonhar com o assunto.
Quando ingressei na faculdade eu mal podia esperar para ter mais aulas de História: descobrir sobre arte, moda, costumes, políticas e tudo mais é muito intrigante e me sinto muito mais rica em aprender o que eu aprendi. E continua sendo minha matéria favorita.
Tive professores excelentes a minha vida inteira e está tudo tão cravado na minha mente que eu posso facilmente dar uma aula para alguém.
Mas por quê diabos eu falo tanto de história? Bem, é aquela coisa: se você conhece o passado, evita erros no futuro.
Não vou discutir política com ninguém porque atualmente o mundo está dividido em quatro - ainda falo mais sobre isso - e nenhum dos grupos quer mudar de opinião. Entretanto, se você valorizar sua aula de História, você vai evitar erros no seu futuro.
Garotinha se recusa a cumprimentar o presidente Figueiredo durante a ditadura militar brasileira.
Se tivéssemos prestado mais atenção na cultura dos Incas, Maias e Astecas, não teríamos problemas para enterrar pessoas agora (aqui). Se nós sentíssemos e lembrássemos todos os dias sobre o que aconteceu na escravidão aqui, não teríamos tanto racismo - ou se pelo menos nos espelhássemos no modo como os alemães sentem o que aconteceu com os judeus. Se estudássemos pra valer íamos ficar extremamente irritados e com medo com o golpe militar na Turquia e não iríamos ouvir tanta gente clamando que quer os militares de volta.

Garotinha se recusa a cumprimentar o presidente Figueiredo durante a ditadura militar. FOTO e INFOS: Catraca Livre
Se estudássemos pelo menos um pouquinho não iríamos pensar "tiramos essa primeiro, depois tiramos o resto", não tamparíamos o sol com a peneira, não acharíamos impeachment uma solução plausível, não concordaríamos em ter homens abusivos no poder, não acharíamos normal ter poucas mulheres no senado, não cantaríamos músicas dos anos 70 parecendo que foram escritas hoje, não ficaríamos tão deprimidos com falta de emprego, não nos sentiríamos idiotas por querer estudar, não teríamos a cultura inútil como cultura dominante e não estaríamos onde estamos agora.
Não cometeríamos erros. Minto. Não cometeríamos os mesmos erros por tantos anos.
Errar é humano, repetir o erro é burrice (ou seria apenas Brasil).

Com decepção,
Querida Asquini.

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