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Larissa Honorato

gosto muito de observar as pessoas. tenho essa ideia de que pessoas são como livros inacabados e sempre fico muito curiosa para saber quais foram os capítulos anteriores e o que estão escrevendo neste momento. também me interesso muito sobre o que gostariam de escrever no futuro.

enquanto leio as pessoas por aí, tenho percebido algumas coisas muito interessantes. a primeira delas é que, tem algumas que se acham o melhor livro já escrito e tem outros que se escondem na prateleira por acharem que não tem nada demais a oferecer. no geral, os dois colidem e o da prateleira nunca tem muito espaço para escrever nas próprias páginas e acaba por se preencher com histórias alheias.

a segunda coisa, é que parece que todo mundo está sempre se esquivando de alguma coisa. até mesmo os que são super convencidos de suas histórias maravilhosas. parece que todo mundo já se ralou muito e colocou merthiolate e, agora quando estão no parquinho, usam de todos os artifícios e técnicas possíveis para evitar eventuais quedas, arranhões ou qualquer ferida. vamos na gangorra, mas não pule quando estiver no alto. vamos no balanço, mas não muito rápido - e se estiver muito rápido, finque os pés no chão para frear bruscamente. no escorregador, desce devagar, segurando nas laterais.

é até um pouco cômico observar. ora, como se quer estar no parquinho e achar que é possível prever todos os riscos, milimetricamente calculado? e falo isso até por mim mesma. parece bastante óbvio que estar exposta significa, obrigatoriamente, estar em risco. e exige uma determinação e imaginação gigantesca para prevenir todos eles.

a terceira coisa que tenho observado, e acredito que tenha concluído sobre as pessoas, é que estão todos com medo e um pouco cansados de cair, mas nenhum se recorda ou se atenta ao fato de que, desde muito pequenininhos, tiveram coragem o suficiente para levantar e remendar-se. cicatrizes aqui e ali, mas nenhuma delas matou.

é engraçado porque tem toda uma imagem de fachada de empoderamento, de segurança, de certeza e ai daquele que duvidar dessa imagem. mas, olhando de perto, ninguém realmente acredita na própria coragem. e é nessa que acabam por derrubar uns aos outros, por remendar-se com substancias. é uma batalha invencível evitar o inevitável. ninguém quer sofrer, mas é impossível não sofrer.

e não seria a tentativa de não sofrer o verdadeiro sofrimento?

sei lá.

novembro 02, 2022 No comentários

talvez uma das maiores confusões humanas seja a nossa eterna busca pelo extraordinário. passamos boa parte da vida tentando ser excelentes na escola, no trabalho, nas amizades, nas relações amorosas; fugindo da mais remota possibilidade de sermos medíocres e, raramente, nos dando conta de que, o medo de ser clichê é o maior clichê que existe. que paradoxo.

"seriamos muito melhores se não quiséssemos ser tão bons" disse freud certa vez. ou qualquer pessoa que também tenha sido inteligente e atribuiu a fala a ele por não ter a mesma fama. bom, seja lá como for, o fato é que eu também tenho muito medo de ser medíocre, de ser pequena. de ser esquecível.

e é até um pouco engraçado tamanha ingenuidade que temos ao assumir que é possível ter qualquer tipo de controle sobre o que pensam da gente ou como vão reagir ao que fazemos. por isso, sempre tentamos prever todos os cenários possíveis, desde as cenas mais trágicas até as mais bonitas, como se isso fosse capaz de prever qualquer elemento surpresa. eu chamo de loteria mental. uma situação, cinquenta milhões de cenários. o outro vai escolher um dos que você já previu.

mas aí é que tá. assim como na loteria, você tem uma chance entre cinquenta milhões. você é um. o outro tem outra chance entre cinquenta milhões. eu sou horrível em matemática, mas algo me diz que exponenciar tanto assim, faz com que seja ainda mais difícil ser capaz de prever todas as variáveis.

quando terminei meu primeiro e único namoro até então, eu não queria me identificar tanto assim com taylor swift, ou com a olivia rodrigo, ou com os milhares de filmes sobre encontrar sua própria felicidade sozinha, viajando por aí. eu tinha uma certeza absurda de que eu sabia quem eu era e o que eu queria. tão forte que não fazia sentido, de fato, ter terminado, já que eu sabia como eu queria ser tratada, os programas que eu gosto de fazer, os lugares que eu quero conhecer. como num belo roteiro. eu já tinha previsto todos os cinquenta milhões de cenários. mas a escolha de um deles, faz com que você precise pensar nas variáveis também. se formos, sei lá, pelo caminho 3, dentro dele tem mais 50 milhões de possibilidades.

e ser imaginativo assim é ótimo, dizem que eu escrevo belos textos, como esse aqui e acredito que renderiam belas músicas também, se eu ao menos soubesse compor. mas imaginar é bem diferente de viver. imaginar sofrer é bem diferente do que sofrer, de fato. imaginar felicidade é bem diferente de ser feliz. podem tentar imitar as sensações e sinapses de comer um delicioso bolo, mas jamais será igual a sentir o macio da massa preenchendo a boca, o gelado do garfo encostando na língua.

talvez o metaverso seja o exponencial do medo de ser clichê, pensando por um lado, né. enfim, só criando mais cenários aqui.

o ponto é que, apesar de ter tido essa certeza e me achar tão analisada assim também era o medo da mediocridade. se amarrar em certezas absolutas é mais uma forma de evitar a possibilidade da dúvida, da criação de mais cenários. os clichês são comuns porque muitas pessoas se identificam com ela e a gente sempre ouviu da nossa mãe que não somos todo mundo, mas somos. é estranho e um pouco chato, mas também é libertador.

novembro 02, 2022 No comentários
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Olá, sou a Lari e tenho 27 anos - e há mais de quinze anos escrevo algumas coisinhas para internet. Sou formada em Relações Públicas e trabalho com marketing de influência. Adoro consumir cultura e divulgar dicas por aí.

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