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Larissa Honorato

[...] Onde eu poderia arranjar uma caixa maior e mais resistente?

E foi naquele exato momento, encarando a caixa e tentando encontrar uma solução para resolver aquele problema, que alguém soprou ao meu ouvido um questionamento, bastante bobo e óbvio, que ecoou repetidas vezes: você deseja consertar a caixa?

Fotografia de um livro de fotografia feita por uma não fotógrafa (é, eu mesma)

Eu fiquei obcecada por essa pergunta. Passei dias e dias tentando encontrar uma resposta com justificativas perfeitas que fossem agradáveis para quem me perguntou. Refutei e briguei internamente, mandei calar a boca quem gritava um estrondoso e sonoro não.

Veja, é bastante bobo quando te perguntam se você quer ou não um chocolate - porque, duh, basta você querer ou não. Literalmente. Mas em algum momento, comecei a tentar sempre adivinhar o que deixaria quem-quer-que-estivesse-me-oferecendo-o-que-quer-que-fosse, satisfeito e feliz com a minha resposta. Pouco importa se eu gosto ou não de chocolate, mas se eu disser que sim, ele vai ficar mais feliz e ou se eu disser que não, ele vai se deliciar sozinho.

Dai tudo bem, a interpretação medonha de ser alguma super-heroína com poderes de premeditar e ler a mente de absolutamente todo mundo que me cercava foi legal por um tempo. Também não vou mentir que me rendeu uns espaços sociais aí, mas como dizem na internet: eu não sustentei a personagem.

Pense você no porre que é viajar com alguém que anda com um roteiro cheio de post-its e horários. Daí no meio do caminho, você encontra uma sorveteria incrível que tem o melhor cheiro do mundo e, quando vocês estão quase entrando, a pessoa te puxa pelo braço e aponta para o roteiro: a sorveteria não está ali nas anotações. E não é como se ela também não estivesse lambendo os lábios e imaginando que gosto teria o sorvete dali, mas o roteiro perfeito não planejou aquilo.

É, basicamente esse porre de pessoa fui eu por vários meses - muito provavelmente, anos - e quando eu derrubei a caixa - tá, sejamos sinceros: quando me empurraram e fizeram com que eu derrubasse - e dessa vez eu não tratei de remendar rápido - porque também vamos admitir que essa não foi a primeira vez que deu uma arranhada né?

Dessa vez eu aceitei que dava muito trabalho arrumar, eu sabia que tinha como consertar, mas observando com cuidado eu percebi que eu não estava afim. Eu não desejava. Aquele personagem que todo mundo gostava pela incrível capacidade de agradar (ou pelo menos tentar) era chato.

Em 2017 eu também tinha dado uma boa arranhada na caixa, mas fingi que não era lá grandes coisas e tratei de consertar rapidinho. Achei essa foto no meu Instagram.

Eu não quero que ninguém derrube a sua caixa porque vou te dizer, é horroroso, dói, pesa e é estranho sentir que não precisa carregar. Mas, posso te contar uma coisa? Dá até um pouco de vergonha de admitir, mas extraordinário mesmo é entrar na sorveteria pelo menos um pouquinho, só pra saber como é que é.

Espero compartilhar meus sabores favoritos com você.

Beijos,

Querida Asquini.

fevereiro 22, 2021 No comentários
Olá, quanto tempo faz desde que nos falamos pela última vez, não é mesmo?

Posso dizer que do lado de cá que senti falta de me sentar em frente ao computador e pensar na melhor forma de redigir o turbilhão de coisas que passam na minha cabeça, mas devo confessar que esse tempo ausente se fez extremamente necessário para eu conseguir enxergar algumas coisas - que certamente não vão caber nesse primeiro texto.

Sol bonito em cama de blogueira rica // Pinterest

Desde muito novinha eu gostava de aprender sobre muitas coisas - entusiasta de biológicas, amante de humanas e uma curiosa, porém frustrada pelas exatas. Também sempre fui apaixonada por artes, me arrisquei no teatro, dedilhei no violão e soltei a garganta por aí.

Confesso que ainda não sei exatamente porquê (talvez com bastante influência do capitalismo), mas quando se é adulto, parece que você não pode simplesmente ser curioso por algo, você precisa ser bom naquilo e, por consequência, aquilo precisa te elevar de alguma forma. Em algum momento muito específico, o que antes era só uma vontade de aprender, vira um símbolo de obsessão por excelência.

Como assim você não quer ser a melhor aluna da turma? Como ousas não competir para ser a melhor dançarina? A mais flexível? A mais expressiva? A mais talentosa? Como ousas querer ser mediana?
Sabe a prima da sua prima que não tem absolutamente nada a ver com você? Pois então, ela entrou na melhor companhia de dança quando tinha a sua idade, sabe?

Daí, com os comentários, comparações e tempo certo, cria-se pessoas obcecadas por sucesso. Basta ter um pouquinho de paciência e pronto, ela vai se questionar até se o ovo frito dela é o melhor que você já comeu - porque tudo, absolutamente tudo precisa ser o melhor. Extraordinário.

Por muito tempo, eu me sentia completa e boa o suficiente ao saber que todos a minha volta me achavam muito eficaz - tipo um robozinho, sabe? Check em tudo que as pessoas almejam, uma personificação do que vemos no Instagram - e não pense você que eu consegui romper completamente com esse ciclo, mas eu o percebi.

Deu certo colocar todas as minhas caixinhas dentro dessa caixona: energia, tempo, espiritualidade, sonhos, etc. Consegui fazer caber tudo lá dentro e consegui carregar. Ufa!
E claro que por um tempo eu me senti muito bem: importante, com bastante status social, muito inteligente, forte e impressionante. Para ser sincera, eu me sentia extraordinária. Eu era a melhor naquilo que eu estava fazendo e estava virando referência para algumas pessoas com vinte e poucos anos? Parece brincadeira. Uau!

Até que eu não era mais extraordinária o suficiente. Precisava de mais um pouquinho de tempo e ai sim, eu seria extraordinária de novo. Dai tentei de novo e, quando consegui, na verdade estava faltando mais uma coisinha, mas eu estava quase chegando lá.

Num lapso de exaustão de carregar essa caixa pesadona, eu larguei no chão. Daí, pensa você na bagunça que foi: o tempo foi para um lado, os sonhos foram para o outro, a espiritualidade se escondeu e a energia tirou férias, sem contar todo o resto que foi se esparramando no chão.

Fiquei ali, estática, olhando para a minha caixa extraordinária toda quebrada, toda bagunçada. A caixa que eu construí a minha vida inteira se quebrou em pouquíssimo tempo. Parecia impossível consertá-la, quem dirá recuperar todas as caixinhas - onde eu poderia colocá-las agora que a grandona tinha espatifado? Onde eu poderia arranjar uma caixa maior e mais resistente?

[continua no próximo post...]
fevereiro 08, 2021 No comentários
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Olá, sou a Lari e tenho 27 anos - e há mais de quinze anos escrevo algumas coisinhas para internet. Sou formada em Relações Públicas e trabalho com marketing de influência. Adoro consumir cultura e divulgar dicas por aí.

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