Você Precisa Ouvir: Far From Alaska

Eu sou completamente apaixonada por música e diria que vai até um pouco além disso: é como se eu me alimentasse dela todos os dias.
Gosto de me permitir conhecer músicos novos - seja lá uma formação recente, uma variante de gênero nova ou uma banda velhaça que eu não conhecia - e sempre sinto que há uma necessidade gritante de divulgar bandas, cantores ou duos.
Ouço, principalmente de gente mais velha, que o rock está morrendo e não existe bandas novas, consistentes e boas. Bem, amante da música que sou percebi que falo relativamente pouco do assunto aqui e ele se faz necessário.
Foto por Jomar Dantas
Ouvi falar de Far From Alaska entre final de 2014 e começo de 2015 quando por algum acaso li "Dino vs Dino" em algum lugar e gostei do nome da música (isso realmente me pega na maioria das vezes). Quando eu ouvi a música, foi a definição de "eargasm" (ou orgasmo de ouvido).


A música estava salva em "Favoritos" no Youtube e eu ouvia praticamente todo dia. Por alguma razão, não procurei saber mais sobre a banda e parei de ouvir a música: péssima escolha.
Perto do meu aniversário vi que o Scalene - outra banda que se você não ouve muito, deveria - estava divulgando uma música em parceria com o FFA. Despretensiosamente coloquei os fones e ouvi: melhor escolha.


A partir daí tomei vergonha na cara e joguei a banda no Google. Fiquei me sentindo muito mal quando vi que todas as músicas do CD "ModeHuman" estavam ali, prontas para ouvir só apertando um botão - coisa que admiro em banda é se render a streamings e afins, mas isso é papo pra outra hora.


OBS.: primeiramente: fora Temer, segundamente: olha a letra dessa música, escuta essa música, sente essa música, me perdoem, mas: puta merda!
Como prefiro recomendar bandas depois de tê-las visto tocar ao vivo, dessa vez não foi diferente porque no final do ano passado fui ao Rolling Stones Festival - que só tinha banda nacional foda, parabéns aos envolvidos - e me apaixonei.
Foto por Larissa Honorato // Querida Asquini
Um bando de nerds em cima do palco; uma mulher que não faz o tipo rockeira gostosa - porque até nisso nós somos sexualizadas - cheia de tatuagem, uma camiseta de arco-íris e o crachá/credencial preso na calça, girava de um lado pro outro no palco num tique meio Alanis Morissette.
Quando ela abre a boca e é como se você descobrisse pelos que nem sabia que existiam. É como se o céu e o inferno fizessem as pazes - porque ela tem a voz rouca, ríspida e doce tudo ao mesmo tempo. É um pouco como se a gente pudesse ter uma Janis Joplin brasileira e na nossa época. Não dá pra explicar.
Não dá pra explicar a banda em si. Todos eles. Como eu disse, um bando de nerds que provavelmente sentiam que não pertenciam a nenhum lugar e agora carregam com si um bando de esquisitos que sentem que pertencem a algum lugar. Que sentem a música, a política, a raiva e a esperança. Que sentem o amor, a coragem e a liberdade.
Estúdio nenhum faz jus à voz da Emmily (vocalista), nunca vi ninguém - nenhum homem ou mulher - chegar ao nível dela - e vocês bem sabem que eu sou rata de show.
Peço que ouçam com atenção porque, apesar do inglês tinindo, eles são do Rio Grande do Norte - e a coisa mais bizarra é quando param de cantar e falam com o público naquele sotaque gostoso e arrastado.
Ouça outras músicas: Thievery // Deadmen // Chills

Espero que tenham gostado do post e se tiverem sugestões sou toda ouvidos - literalmente. Beijos!

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