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Larissa Honorato

celebridades em tapetes vermelhos ou em programas de entrevistas sempre que questionadas sobre o atual grau de fama costumam responder, de forma muito eloquente, "que nunca imaginaram chegar naquele lugar".

amante de cultura pop que sou, sempre que ouvi essa resposta, dei uma leve risada e proferi uma única palavra: mentira.

veja, eu que nem possuo qualquer relação com o mundo da música já ensaiei em longos banhos inúmeros discursos de diferentes premiações em que receberia troféus como artista revelação, música do ano, álbum do ano... então, como alguém que se dedicou exclusivamente a essa área não se imaginaria num lugar de tanto prestígio?


sigo achando que "nunca imaginei estar aqui" é uma mentira, porque sonhar é um campo de imaginação livre e fértil - e dificilmente não há permissões para pensar em situações hipotéticas. entretanto, no auge dos meus atuais vinte e oito anos, tento interpretar essa frase de uma forma um pouco mais profunda  - enquanto me deparo com o questionamento constante de "como eu vim parar aqui?".

e não, não me venha com patologias rasas como "síndrome da impostora" ou similares.

tenho analisado a origem de tal pensamento como um descolamento muito mais profundo e denso - recheado de auto preconceitos, descredibilizações e permissões para alcançar mais, mas que pode ser muito bem resumido com uma frase da pensadora contemporânea hannah montana: 
"talvez eu nunca serei quem eu já fui antes;
talvez eu nem a conheça mais;
ou talvez quem eu sou hoje não está tão distante de quem fui ontem;
será que há uma maneira de ser cada parte de mim?"
em várias sessões de análise, trouxe em pauta uma questão que tem me assombrado e que percebi que é pouco discutido com pessoas que ascendem profissional e financeiramente, mas que não são materialistas (e muito menos vieram de berço de ouro). vamos nomear esse sentimento de "cheguismo".

nas minhas conjunções ideológicas consiste em um conjunto de diferentes núcleos de "cheguei, e agora?".

pessoalmente, sou parte da primeira geração da minha família a aprender idiomas e falar fluentemente. a cursar uma faculdade completa. a viajar para o exterior. a morar num bairro mais nobre numa cidade grande. a comer em restaurantes estrelados. a ter uma reserva de emergência. a ter educação psicológica e financeira. e sei que somos minorias e maiorias, ao mesmo tempo.

aprender a falar inglês é algo muito básico para o mercado corporativo onde estou inserida, entretanto continua sendo um grande feito na minha família. ir para fora do país, com um cartão e muitas parcelas é possível. mas continuo sendo uma das poucas a ter foto em pontos turísticos famosos.

colocando em perspectiva esse "fiz, e agora?" com uma carga tão consciente do histórico de onde vim, desnorteia para onde vou. não vislumbro conquistas materialistas, mas vislumbro um conforto que tenho alcançado aos poucos. é como se fosse conflitante buscar conforto e não luxo.

uma observação é que aqui, não falo que luxo é voltar do trabalho no seu carro próprio ouvindo seu podcast favorito. é conforto. aqui me refiro a luxo como uma bolsa de dez mil reais ou um jantar com uma garrafa de vinho de seis mil reais.

entender que sempre quis estar onde estou, mas nunca imaginei me sentir dessa forma (obrigada mais uma vez, hannah montana), talvez tenha feito com que eu entenda um pouco mais o que julguei a minha vida toda. é que sonhar, é bem diferente de sentir mesmo. de conquistar.
tem gostos e pesos diferentes.

enquanto um você possui controle da narrativa, no outro... bem, não há controle nenhum.

com amor,
querida asquini.
agosto 26, 2025 No comentários
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Olá, sou a Lari e tenho 27 anos - e há mais de quinze anos escrevo algumas coisinhas para internet. Sou formada em Relações Públicas e trabalho com marketing de influência. Adoro consumir cultura e divulgar dicas por aí.

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